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Protagonista da série "Narcos", o ator Wagner Moura está tendo dificuldade no financiamento de sua estreia como diretor, na cinebiografia de Carlos Marighella. Segundo o artista, que não revelou nomes, empresas estão rejeitando apoiar um filme de um político e guerrilheiro de esquerda, que em 1969 foi morto pela ditadura militar (1964-1985).
As companhias estariam retaliando Moura,um dos artistas brasileiros mais relevantes a se posicionar abertamente contra o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, ao contrário de vários diretores de marketing. "Já recebemos e-mails de que não iriam apoiar um filme meu, ainda mais sobre alguém como o Mariguella, um 'terrorista'", disse Moura em entrevista ao blogueiro Leonardo Sakamoto.
Inspirado no livro de "Marighella - O guerrilheiro que incendiou o mundo", de Mario Magalhães, o filme será produzido em parceria com a O2 Filmes, do cineasta Fernando Meirelles. "Esse projeto vem até antes de toda discussão do impeachment", disse o ator. "A vontade vem desde o quando Mario lançou o livro. Senti muito interesse pela figura do Marighella, baiano como eu. Um sujeito que escapa um pouco à figura do guerrilheiro clássico Che Guevara", complementou.
Na conversa, Wagner também falou sobre a não indicação do filme "Aquarius" para concorrer à vaga de melhor filme estrangeiro no Oscar, vista como uma retaliação oficial ao diretor Kleber Mendonça Filho, que também se manifestou contra o "golpe". "Eu não iria tão longe. Mas isso é fruto do que a gente vive hoje. Não vejo má-fé", disse o Moura, que diz não reconhecer o governo Temer nem o novo Ministério da Cultura, chefiado por Marcelo Calero.
Brasil 247
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